O presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, explicou a relação entre o clube e o BTG Pactual na busca de investidores para transformar o Tricolor na Sociedade Anônima de Futebol (SAF). O presidente pretende eliminar as dívidas e abriu sobre o modelo ideal para o tema.
Nas redes sociais, torcedores especulam que o banco é dono da SAF do Fluminense, o que não é verdade. O BTG Pactual tem papel intermediário na busca de investidores do clube.
– O Fluminense trabalha com esse plano há dois anos. Temos um consultor que é um banco muito grande, o BTG, que está nos ajudando a buscar investidores. Ajude-nos profissionalmente. Foi celebrado um contrato para o investimento do investidor. Nosso modelo SAF ainda não está oficialmente desenhado, mas não temos ideia de vender o controle do clube. Um modelo muito parecido com o modelo de Fortaleza. Isso está muito avançado, nossos números foram todos avaliados pelo BTG e por potenciais investidores. Agora, estamos na fase de “due diligence”, acredito que essa fase será concluída em setembro – disse em entrevista ao Flashscore Podcast.
A notícia falsa de que o BTG seria um investidor causou agitação interna nas Laranjeiras e principalmente entre os executivos do banco que firmaram parceria para ajudar o clube e já se encontravam expostos à exposição que vem com o envolvimento no futebol. O objetivo do banco é auxiliar na formação e busca de sócios para uma potencial nova empresa tricolor. O Fluminense já deu algumas instruções ao banco, entre elas a preferência pelo capital nacional.
Ó Lança! explica o processo em que o Fluminense está trabalhando com o BTG Pactual para encontrar um investidor para o clube. Assim como o modelo SAF utilizado pelo Fortaleza, é considerado o melhor para Mário Bittencourt.
O que é “devida diligência”?
Termo utilizado pelo presidente do Fluminense, “due diligence” é um processo de estudo e investigação sobre a empresa (o clube, no caso). A devida diligência analisa os riscos potenciais que podem ser apresentados às partes interessadas, como os investidores.
É uma modalidade de auditoria em que são analisados aspectos financeiros, jurídicos, trabalhistas, contábeis, tributários, ambientais e tecnológicos. O objetivo é entender o Fluminense e como funciona o negócio do clube.
Em entrevista, Mario Bittencourt disse que a expectativa é que o processo seja concluído em setembro, o que significa que o Tricolor poderá buscar investidores a partir de outubro. O foco é quitar a dívida e depois investir no futebol.
– A partir de outubro poderemos começar a procurar esse investidor no mercado. E está a surgir um modelo onde primeiro tentamos saldar a dívida passada, que é enorme, e ao mesmo tempo investimos ainda mais no futebol.
Atualmente, o Fluminense está em fase de estruturação do projeto, estudando o modelo de negócio, o contrato e principalmente o custo do SAF. O clube não entrará no mercado antes de definir o valor da nova empresa.
Como é a SAF Fortaleza?
Em 2023, Fortaleza tornou-se SAF com a aprovação de 94% dos votos expressos na Assembleia Geral de Sócios. Porém, segundo o presidente Marcelo Paz, além de ter um modelo de gestão moderno, o clube continuará detendo 100% das ações da SAF para “acesso mais fácil e barato ao crédito no mercado”.
Nesse sentido, o Tricolor tem condições de negociar suas ações no mercado, mas esse movimento precisa primeiro ser aprovado pelo clube associativo. Além disso, a assembleia geral também deve aprovar a venda de um determinado percentual. A decisão não ficará apenas nas mãos do presidente ou de Geraldo Luciano, presidente do Conselho de Administração da SAF.
Inicialmente, Fortaleza não pretende alienar mais de 51% das ações e introduzirá cláusula de obstáculo a preço altíssimo. O objetivo não é que o Tricolor tenha um novo dono, como o Vasco, que vendeu 70% de suas ações para a 777 Sócios.